O Obama brasileiro
Quem foi Nilo Peçanha, o filho de uma loira com um negro que governou o Brasil durante mais de um ano no início do século XX...
POLÍTICO CONCILIADORNilo se beneficiou da politicagem de sua época. Não combateu o coronelismo nem tentou dar mais direitos aos negros. Apenas buscou redistribuir o poder político para outros Estados, além de São Paulo e Minas Gerais – e não conseguiu.A eleição de Barack Obama, primeiro presidente negro na história dos Estados Unidos, tem enorme apelo simbólico. Basta lembrar que há 40 anos o negro Martin Luther King, um dos principais líderes do movimento pelos direitos civis, era assassinado em Memphis, no Tennessee. Como nos Estados Unidos, os negros brasileiros também têm uma história ligada à escravidão e à exclusão social. Mas, embora pouca gente saiba, o Brasil já teve seu Obama, um presidente visto como mulato em sua época, que hoje seria considerado negro, ou afro-brasileiro. Seu nome: Nilo Peçanha. O que podemos aprender com sua trajetória?Filho de pai negro e de mãe loira, de olhos claros, Nilo nasceu em 1867, em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. Foi descrito por seu biógrafo oficioso Brígido Tinoco como “alto, magro, moreno, cabelos ondulados, pequeno cavanhaque e bigodes, extremamente simpático”. Nilo era símbolo típico da política da época – um período em que menos de 3% da população brasileira votava e não havia sombra de movimentos de direitos civis. Ele se elegeu vice-presidente em 1906. Assumiu a Presidência três anos depois, com a morte do então presidente, Afonso Pena.Nilo passou a infância lendo no balcão da padaria do pai, Sebastião. Aos 12 anos, editou um jornalzinho defendendo a república e a abolição da escravatura. O periódico teve uma edição. Logo foi estudar Direito no Recife, hábito dos bem-nascidos de então. Ao voltar para o Rio, participou da fundação do Partido Republicano ao lado do propagandista Quintino Bocaiúva, que depois seria seu padrinho de casamento. De inexpressivo deputado constituinte, em 1891, Nilo passou a renhido oposicionista do presidente Prudente de Morais a partir de 1894. Acusado – segundo alguns historiadores, injustamente – de participar do atentado à vida de Prudente, Nilo teve de se esconder por alguns meses até que, no mesmo dia em que se entregou exasperado à delegacia, descobriu-se anistiado e, em 1898, voltou à Câmara dos Deputados.No governo de Campos Sales, Nilo incorporou rapidamente o espírito governista. Excelente orador, foi um dos porta-vozes de Campos Sales na Câmara dos Deputados. Foi um feroz defensor do impopular plano econômico do ministro Joaquim Murtinho. Tratava-se de diminuir despesas, decretar impostos, vender ou arrendar bens nacionais, suprimir arsenais de guerra. Tinha 31 anos e era membro da Comissão de Orçamento. Tentava trocar “a preocupação doentia dos partidos pela preocupação elevada das finanças”, como afirmou em discurso.Saiba maisO Brasil já teve seu "Obama"Ele teve, ao longo de sua trajetória, uma preocupação incessante com finanças públicas, algo raríssimo na época. Foi como deputado de oposição, durante o governo de Prudente de Morais, que começou a se preocupar com o tema. Ao analisar o orçamento para o Ministério do Exterior (equivalente ao de Relações Exteriores hoje), esbravejou ao ver jornais franceses contemplados com verbas brasileiras.Como governador do Rio de Janeiro, em 1903, suas primeiras medidas foram demitir 400 servidores, eliminar repartições e rescindir contratos da administração anterior. Cortou o próprio salário em 25%. (Recentemente, a revista eletrônica americana Slate sugeriu que o presidente Obama, para adequar-se ao espírito de tempos austeros, abrisse mão do salário...) Depois de 11 anos de déficits no Estado, 1904 terminou em superávit de 1.500 contos de réis.Nilo Peçanha tinha uma preocupação incessante com finançaspúblicas, algo raro em seu tempo.Nilo beneficiou-se indiretamente da politicagem de sua época, elegantemente chamada por historiadores de “política dos governadores”. Iniciada por Campos Sales, ela consistia num conjunto de normas e práticas políticas informais que estabilizaram o relacionamento entre o poder federal e os Estados. O presidente da República reconhecia e apoiava as oligarquias regionais, atendendo a suas indicações e favores pessoais. Os governadores ganhavam porque podiam, em paz, dominar seus Estados por longos períodos. O presidente não era atrapalhado por conflitos regionais nem chamado a resolver contendas delicadíssimas e violentas entre candidatos a oligarcas.Com essa política, São Paulo e Minas Gerais se revezavam, indicando presidentes, cabendo o papel de vice-presidente a figuras politicamente menores, fortes em outros Estados. Político hábil e conciliador, à época governador do Rio de Janeiro, Nilo foi eleito vice-presidente do mineiro Afonso Pena em 1906. Durante o governo, seu papel estava mais para Itamar Franco, o vice de Fernando Collor, do que para Dick Cheney, o atuante vice de George W. Bush. Nilo não era bem-visto pela oligarquia cafeeira que apoiara Pena à Presidência – e houve rápida menção de destituí-lo quando o presidente morreu em 1909. Nilo assumiu mesmo assim.Seu período na Presidência não se destaca por posições duras. Ele não combateu o controle das eleições por coronéis e fazendeiros nem ficou conhecido por tentar dar mais direitos e benefícios a negros e pobres. Expressou, apenas, a vontade – malsucedida – de redistribuir poder político a Estados, além de São Paulo e Minas Gerais. Criou o Ministério da Agricultura, tentativa de federalizar algumas decisões que cabiam a governadores, sobretudo paulistas e mineiros. Iniciou o repasse de recursos federais a Estados do Norte e Nordeste. Governou um ano e cinco meses com o slogan “Paz e amor”. Se Lula e Duda Mendonça usaram essas palavras para se referir as campanhas políticas sem insultos, Nilo as usava para dizer que gostaria de evitar interferências federais em questões estaduais. Assistiu a rebeliões na Bahia, em Goiás, no Amazonas e Rio de Janeiro. Pouco influenciou a sucessão, embora tenha apoiado o militar Hermes da Fonseca contra o civil Rui Barbosa. Sua carreira política terminou em 1922.
Trecho da reportagem da revista Época, publicada no dia 28 de novembro de 2008, texto de Sérgio Praça.
É muito bom ficar sabendo que o Brasil já teve um politico descente em seu comando como foi o Nilo Peçanha. Que pena não existir mais dele por ai fazendo o bem na politica...
ResponderExcluirRealmente foi uma grande pena o governo dele não ter dado certo, pois assim talvez o Brasil poderia ter se tornado um país melhor do que é hoje...
Infelizmente é uma grande pena que ele não tenha sido apoiado por lutar pelas causas certas e justas...
Abraço Ricardo..
Nilo Peçanha foi um político tecnicamente bom, pois tentou melhorar as finanças do país (o cara abriu mão até de parte do salário) e redistribuir atenção a mais estados e não só ao sudeste. Ele se assemelha com Obama porque ambos estão (estavam) preocupados com a questão financeira de seu país, porque são negros e porque são bons oradores. Mas, Obama é mais popular do que Peçanha foi. E acredito que ele irá fazer um bom trabalho nos Estados Unidos, apesar da situação estar bem complicada pra ele. Se ele fracassar, irão demorar uns 200 anos pra um negro chegar ao poder novamente, porque o racismo será agravado. Que Barack Obama não seja um Fernando Collor!
ResponderExcluirAluno: Bruno Lacerda de Oliveira Campos
2ºE.M.
Bem, um tipo de presidente que nao se ve muito por ai (negro e inteligente) bem estudado (direito em recife) no entanto acho que ele falhou ao nao conceder privilegio aos negros e pobres, no entanto so pelo fato de cortar seu salario quando foi governador do rio ja merece grande destaque algo que quase nunca foi visto em todo mundo.
ResponderExcluirta ai minha opiniao ricardo
Saulo 2°ano
A eleição de Barack Obama atualmente é diferente do que foi a presidência de Nilo Peçanha no Brasil, há um século. A eleição de Barack Obama era muito menos esperada, pois os negros nos Estados Unidos tinham favoritismo, no país havia muito preconceito e por isso pensava-se que Obama não era o candidato preferido pelo povo. A visão que tinham do Nilo Peçanha é distinta da que temos de Obama, pois Nilo era bem mais popular.
ResponderExcluirÉ uma pena que no nosso Brasil contemporâneo, não encontremos mais visionários como Nilo Peçanha. Os políticos mal se preocupam com as "necessidades" do povo.
ResponderExcluirEles simplesmente precisam ter poder e salários altos. Se eles tiverem isso, não se preocupam com mais nada e nada mais importa. Talvez o Nilo seje um exemplo de que ainda é preciso acreditar na política, embora a atualidade nos mostre sempre o contrário. Acho que esses políticos, que realmente tem uma ideologia e lutam por algo,merecem destaque sempre.Afinal,eles contrariam a opinião e o jogo sujo de muitos outros políticos.Lembrando que,não fazem parte da massa dos que são apáticos as promessas que foram feitas por eles própios.
Carolina Rocha - 2º ano.
o Brasil, já teve o seu Obama ! É claro que das inúmeras tentativas de provocar algumas mudanças no governo brasileiro _combater o coronelismo, e redistribuir o poder político para outros Estados além de Minas e SP_ nenhuma obteve sucesso. Sua maior preocupação era com as finanças públicas _e talvez isso seja o que mais se aproxima do atual presidente dos EUA, além é claro de ser um afrodescendente. Me surpreendeu muito o fato de ele ter conseguido _mesmo com tantos opositores_ um superávit de 1.500 contos de réis em 1904. E muito interessante as medidas que ele adotou, até em seu salário teve uma diminuição de 25%. Ter conseguido tudo isso em uma época em que a escravidão ainda era bastante recente, e com certeza, o racismo gigantesco, é, sem sombra de dúvidas, uma grande vitória para Nilo Peçanha, só lamento ter durado tão pouco.
ResponderExcluirNilo Peçanha era um político honesto e que fez de tudo para melhorar o país.
ResponderExcluirA comparação feita entre Nilo e Obama expressa um grande passo na evolução da igualdade racial, tanto para o Brasil de Afonso Pena, quanto para os EUA contemporaneo, mas destaca que a luta de Nilo seguiu um caminho diferente, pois a sua maior vontade era redistribuir o poder político brasileiro, dado principalmente para MG e SP, para outros estados também, na busca de um poder na união como um todo, apesar desta luta ter não ter sido muito bem sucedida.
ResponderExcluirEu achei bem interessante a politicagem de Nilo Peçanha e confesso que nem mesmo sabia de sua atuação como presidente do Brasil. Apesar das medidas malsucedidas, ele teve a perspectiva de lutar contra todos que não o apoiavam. Além da aproximação com o Obama por ser negro, Nilo também possuía uma incessante preocupação com as finanças públicas. Pode se dizer que apesar de ter governado por pouco tempo, ele teve uma importância muito grande na política brasileira.
ResponderExcluirNilo Peçanha foi um exemplo de que um negro também pode governar um país assim como um branco. Mesmo não fazendo lá grandes coisas, tentou melhorar a situação financeira do Brasil.
ResponderExcluirObama também irá melhorar a situação financeira do seu país que está em crise.
Boa sorte a ele! =]
Paulo Henrique Campos Souza 2º E.M.
O texto fala que todos ficaram chocados de o EUA ter elegido um presidente negro, mas não sabem que muito antes, aqui no Brasil já havia governado um presidente negro, Nilo Peçanha. Mas ele, na época não era tido como negro, pois era ‘bem-nascido’. Nilo e Obama não têm apenas a cor da pele em comum, possuem também alguns ideais na política em comum como o projeto de abrir mão de seus salários.
ResponderExcluirDéborah Lima Scalioni - 2ª ano
Ao contrário de Nilo Peçanha, hoje em dia, os políticos só pensam em si próprios.Me surpreeendi ao ler o texto e ver que Nilo
ResponderExcluirtinha uma preocupação incessante com as finanças públicas, algo raro em seu tempo e nos dias de hoje também, e principalmente, ao ler que ele abriu mão de parte do seu salário..
Nilo se aproxima de Obama tanto na afrodescendencia quanto na preocupação com as finanças de seu país.
Apesar de tudo que fez, Nilo apenas expessou
a vontade – malsucedida – de redistribuir poder político aos Estados, além de SP e MG.
Após muita dificuldade, Obama, presidente negro, chega ao poder dos EUA, e lógico, tendo mais destaque e conhecimento que Nilo em sua época.Espero realmente, que Obama consiga fazer um bom trabalho, porque se não,do jeito que o racismo e a desigualdade está aumentando e lastrando,demorará mais um longo tempo até que outro presidente negro chegue a tão desejada presidencia dos EUA!!!
Gabriela de Oliveira - 2°EM
Nilo Peçanha era um político que dava atenção para o povo e se perocupava com a quetão financeira de seu país. Sua comparaçao com Obama se refere ao fato deles serem negros, lutarem por seus objetivos politicos e serem bons oradores. Nilo queria redisribuir o poder poltico principalmente em MG e SP. Obama é mais popular e Nilo tambem deveria ser pelo seu comportamento de tirar o seu proprio salario.
ResponderExcluirO bom desse politico honesto como Nilo peçanha é que sua voz era firme a respito de suas ideias para promessas.
Acho que um presidente tem que ser reconhecido não pela cor ou pela classe social que possui, mas, sim pelo que fez e faz para o país. Nilo Peçanha sou conduzir as finanças do país e fazer um bom governo.
ResponderExcluirFilipe Braga Gomes Cândido 2ºE.M.
Nilo Peçanha é o que o Brasil precisa hoje, pois nosso governo não anda muito bem .
ResponderExcluirNilo Peçanha era um politico muito onesto e dedicado, pena que não o apoiaram em suas causas justas e corretas e infelizmente não teve sucesso.
Abraços Ricardo...
Nilo peçanha foi um politico honesto, preocupou com as finanças brsileiras e soube governar bem o país apesar de previlegiar MG e SP.Nos prescisamos de um outro Nilo peçanha no governo
ResponderExcluirQuelison Gomes 2º E.M.
Obama e Nilo Peçanha. Se mostra, proximo pelo fato de serem dois presidentes negros que lutaram muito.
ResponderExcluirEle buscou redistribuir o poder político para outros Estados,alem de MG e SP, tentando melhorar as finanças do Brasil, por acabando não sendo bem sucedidas.Mas só de abrir mão do seu proprio salario ja mostra ter sido um presidente honesto,o que é raridade no nosso país.
Gostei principalmente da forma de governo ultilizada por Nilo, para mim o pilar mais importante para um bom governo e ter uma economia estabilizada. Nilo nos mostrou que nao devemos julgar pessoas pela cor ou algo do genero, tanto q se governantes apos ele tivesssem mantido essa doutrina poderiamos ter uma economia forte e bem estruturada onde nao haveria desigualdades.
ResponderExcluirO Mundo espera q Obama faca o mesmo so que por longa data e estabilize esse periodo de crise!
Jucelio 2 E.M
Nilo Peçanha , foi um vitorioso , o preconceito não o impediu de querer crescer na vida , pena que foi para o lado da política . Eu não concordo com ele , por ter deixado algumas picaretagens ocorrerem , fazendo vista grossa , mas , entendo o lado dele por não ter dado privilégio a negros e pobres , ele achava que como ele , eles conseguiriam alguma coisa se quisessem , porém ele não percebeu , que para eles seriam mais complicado . O que vejo é que ele achava que a barreira da desigualdade já havia sido rompida só por ter chegado até lá !
ResponderExcluirO Obama lembra ele , por tbm ser o primeiro presidente afro-descendente e por sugerir novas idéias , não ficar batendo naquilo que todos os antigos políticos pelejavam ! Creio eu que Obama não preocupara tanto com a discriminação racial , porque acredita tbm que essa barreira ja foi vencida só por chegar aonde chegou !
Ana Flávia Camargos Alves 2ºE.M.
Um exemplo de politico, oque mais surpreendeu é que um politico que abre mão de 25% do salario não consiga estabelecer no poder. Numca tinha ouvido falar em Nilo Peçanha que foi um homem que lutou para o bem do país, já os outros que roubaram o país tem os nomes falados na midia frequentemente !
ResponderExcluirOtávio 2º ano